Extração do lítio e reativação da Bahia-Minas serão debatidas em Salinas

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Extração do lítio e reativação da Bahia-Minas serão debatidas em Salinas

Comissão de Minas e Energia, presidida por Gil Pereira, reúne-se com representantes do Estado, de prefeituras e empresas nesta sexta (20/10)

Para debater os benefícios da reativação da Estrada de Ferro Bahia-Minas e da exploração do lítio para as regiões Norte e dos vale do Jequitinhonha e do Mucuri, a Comissão de Minas e Energia, da Assembleia Legislativa (ALMG), promove reunião em Salinas (Norte). A audiência pública acontece nesta sexta-feira (20/10/23), às 10h, na Câmara dos Vereadores de Salinas (Rua Antônio Castro, 46, Centro).

O autor do requerimento da reunião é o presidente da Comissão, deputado Gil Pereira, que vislumbra que essas regiões carentes do Estado poderão se tornar em breve um “Vale do Lítio”, com o apoio do governo estadual e do Legislativo mineiro. Nesse sentido, considerou que a reativação da Bahia-Minas, com uma mudança na rota para atingir municípios ricos no mineral, será decisiva para a redenção dessas regiões. De acordo com ele, 80% das linhas terão o mesmo trajeto original e outros 20% farão o contorno das novas cidades que entrarão.

“Os municípios do Norte de Minas e do Jequitinhonha precisam de políticas públicas de estímulo, pois sofrem com a baixa industrialização, o fraco desempenho econômico e o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, ressaltou. O deputado Gil Pereira relatou nesta Comissão o Projeto de Lei (PL) 1.992/20, de autoria do colega Doutor Jean Freire, que cria o Polo Minerário e Industrial do Lítio nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri. O lítio é considerado estratégico na transição para a economia de baixo carbono, necessária ao controle das mudanças climáticas.

O lítio é considerado estratégico na transição para a economia de baixo carbono, necessária ao controle das mudanças climáticas. Foto: Guilherme Dardanhan / ALMG

Custo de produção

Gil Pereira lembra ainda que a volta da ferrovia vai baratear o custo da produção do mineral, facilitando seu escoamento até os portos na Bahia. Ele ressalta ainda que a BYD, maior empresa do mundo em fabricação de carros elétricos, tem interesse no negócio, pois vai precisar de lítio para alimentar as baterias dos seus automóveis. E completou que é preciso acelerar todo o processo de reativação da linha férrea, o que inclui fazer os projetos de licenciamento nos municípios.

Integrarão o Polo do Lítio os seguintes municípios: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Rubelita, Salinas, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste do Estado. Estão previstos investimentos bilionários na região, especialmente em Itinga e Araçuaí. A empresa Sigma Lithium anunciou mais R$ 1 bilhão para triplicar sua produção de lítio 100% verde, que já gera mais de mil empregos diretos, além de ações de inclusão social.

Modal alternativo

Uma vez reativada, a estrada de ferro Bahia-Minas também se tornará um modal alternativo de escoamento da produção do extremo sul da Bahia, a terceira região mais rica deste estado. A constatação é baseada em estudo da Fundação Dom Cabral, apresentado em audiência na Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras, em 2022. Apesar de desativada em 1966, a ferrovia foi eternizada pela canção Ponta de Areia, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Agora, o projeto da nova linha férrea foi apresentado após 57 anos da desativação.

Uma reunião na ALMG em 2023, tratou do escoamento da produção da Bahia e contou com a participação de representantes da Multimodal Caravelas (MTC). Eles e parlamentares discutiram a reconstrução de cerca de 500 km da Bahia-Minas. O trajeto fará a ligação entre Caravelas, no Sul da Bahia, e Araçuaí, no Jequitinhonha.

Locomotiva da Ferrovia Bahia-Minas está exposta em Teófilo Otoni

Investimentos bilionários

Dos cerca de 500 km, estão situados em Minas 400 km da estrada de ferro, que vai passar pelas mesmas cidades da antiga ferrovia, criada em 1881. As adaptações serão feitas conforme os atuais traçados e planos diretores municipais, segundo a MTC, que anunciou investimentos da ordem de R$ 12 bilhões. As obras terão início assim que concluídos os processos de licenciamento ambiental.

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